quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Seres de outro mundo...

Tempos atrás eu estava um pouco perdido, na maioria do tempo estou muito perdido, e para encontrar algo que me guiasse para algum caminho ou achasse uma resposta fui atrás de alguma fada que estivesse perdida por aí, para realizar meus desejos. Lógico que não encontrei tão fácil assim. Todo mundo sabe que fadas não aparecem assim, do nada, e muito menos para qualquer pessoa. Como eu não sou uma pessoa para "servir de referência" continuei minha busca até que, a muito custo, consegui uma pista de onde eu poderia encontrar alguma fada.

Quase fim de tarde, no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), passei pelo estádio Morenão e me surpreendi quando vi duas fadas conversando. Instantaneamente corri pra perto das duas mas, intimidado, fiquei só de butuca atrás de uma parede, ouvindo a conversa. Elas conversavam sobre o futuro. Uma terminava o TCC e a outra começava o mestrado. Lá pelas tantas, uma delas pareceu não estar satisfeita com o que teria feito até aqui, algo a ver com o curso. Queria as artes mágicas e estudou para isso durante anos mas, agora, parecia-lhe que todo seu esforço e estudo não lhe daria um futuro bacana, afinal, até no mundo humano sabemos que arte só dá dinheiro no hemisfério norte. Ela era uma fada latina!

A outra fada ouvindo aquilo também chegava a mesma conclusão e indagaram-se durante um bom tempo o porquê percorriam aquele caminho e se era aquilo que deveriam seguir. Falaram sobre todos os seus trabalhos que apresentaram até aquele momento, sobre todas as criaturas mágicas que passaram por suas trajetórias e, principalmente, sobre o que se passava dentro de seus pequeninos corações quando o público captava a mensagem e gostava ou não. E isso foi o principal para elas abrirem um sorriso e perceberem que suas artes poderiam levar alguma mensagem a mais, que poderiam mudar o mundo, mudar apenas uma pessoa, servir de contestação ou apenas para alegrar e divertir um coração amuado. Nesse momento, elas levantaram um voo, fizeram algumas manobras no ar, como se comemorassem algo surpreendente. Concluiram que, apesar de poucos reconhecimentos, a arte valia cada segundo gasto e se aprumaram rumo à aula que dariam para que outras fadas pudessem também ter esse dom de mudar o mundo.

Eu fiquei por lá, mais uns segundos, e continuei minha busca. Mas, agora, não queria mais encontrar fadas ou gnomos ou seres encantados. Parti em busca daquele sentimento, na sensação de poder mudar o mundo. Não fiz meu pedido e nem tive o prazer de poder tirar uma foto para colocar no orkut, mas saí do campus mais realizado e compremetido com aquilo que chamam de "arte".

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